ETAPA BOLETIM DO PADDOCK | SAN MARINO – MAIO – 2019 – OKM
Faaaaaala pilotinhas e pilotinhos!
Chegamos finalmente na etapa de Maio praticamente de bote em Paulínia, o Kartódromo San Mario nos recebeu com um muito tempo fechado e a eterna pergunta: Será que Light corre no seco e a chuva vem só pra Master? Infelizmente dessa vez não rolou e ambas pegaram chuva, embora da Master tenha sido um pouco mais forte, só pra não perder o costume!
A etapa já começou com um ar diferente pois teve o apoio do incrível portal de automobilismo Boletim do Paddock, que tem como responsáveis dois dos nossos participantes: Débora Almeida e Rubens GP Netto. Não só apoiando a etapa, contamos com o olhar singular da Débora por trás das lentes tirando fotos impecáveis! Um grande obrigado a esse casal!
Voltando…
Como toda prova com chuva, pra variar foi repleta de tensão e, mais do que isso, rodadas. Apesar de ter sido chamado após a prova da Light de “bailarina”, quem chamou não ficou devendo em nada, como vamos ver mais para a frente.
Com a Light correndo primeiro, os pilotos da Master tiveram ainda uma bateria no meio pra esperar a chuva passar e ela, de fato, foi diminuindo, o que deixou o pessoal mais feliz…, mas só até eles se sentarem nos karts e pra aguardar o famoso mecânico do lado falando “Acelera…”.
Nesse o momento o céu decidiu que era hora de fazer aquela sacanagem, e desceu uma água que não tinha caído até então. Nesse momento já teve piloto com medo, Rodrigão preocupado com a chapinha nas longas madeixas, Cássio tendo dor de barriga e o Flávio me entregando os óculos porque já sabia que não ia enxergar nada mesmo.
Kart ligados, pista liberada, lá foram eles, acelerando a 10 km/h para a pista que tava um sabão…
Durante a classificação houve um misto de testar os limites e de cautela, enquanto alguns já experimentavam o gosto de grama, outros não faziam um tempo muito bom, porém rapidamente a chuva diminuiu e o pessoal pegou a mão, quem estava de fora não conseguia tirar o olho do placar, nas duas últimas voltas as primeiras colocações foram insistentemente alteradas e quando pedi para alguém tirar uma foto do resultado final, precisamos esperar, literalmente, até o último carro passar pela linha de chegada, pois o placar não parava de mudar.
Após isso, os 10 primeiros definidos foram:
1 – Filipe Paro
2 – Flávio Chaves
3 – Leopoldo Rabelo
4 – Rodrigo Vilela
5 – Antônio Zambon
6 – Júnior FIdelis
7 – Márcio Kuwakino
8 – Thiago Meira
9 – Ricardo Soares
10 – Fábio Sugano
Todos alinhados, luzes vermelhas acesas e eis que vem a verde.
Faço aqui uma pausa antes de iniciar a história da corrida para assumir uma gafe imensa que cometi nessa etapa. Como estava assistindo a corrida ainda de macacão e meu celular estava longe, ao fim da corrida não gravei as entrevistas, e fiz essa interrupção para explicar isso por um motivo: Esqueci de perguntar ao Paro o que houve na largada.
Com as luzes apagadas o Flávio largou sozinho com o Paro praticamente só olhando, eu sei que deve ter sido algo no motor, mas o Paro ficou vendo seu colega de primeira fila ir embora…
E ir embora literalmente, por algum motivo Flávio esqueceu que além de acelerar, uma prova de kart também é feita de freiar na hora certa e virar o volante, a empolgação tomou conta do nosso ancião e logo na primeira curva perdeu o ponto, entrou muito rápido, acabou abrindo e a pista molhada não perdoa, a traseira foi embora e acabou parando na grama, tendo que ver de camarote todo o grid passando na sua frente. Apesar disso fez uma prova de recuperação surpreendente, chegando no pelotão da frente, mas num segundo deslize acabou rodando e parando no barranco, onde os fiscais demoraram e muito pra conseguir tirar ele de lá, acabou comprometendo toda sua corrida e chegou apenas décimo segundo. (QUEM É A BAILARINA AGORA HEIN, FLÁVIO “Baryshnikov” CHAVES??)
Com isso, Paro assumiu novamente a ponta e dai pra frente foi um passeio, rodando cerca de 2 a 3 segundos abaixo do segundo colocado, abriu uma vantagem considerável e garantiu mais uma vitória no campeonato. Dessa vez a briga pela primeira colocação nem tem a emoção dos outros textos, corrida impecável. Um onboard que é uma verdadeira aula de pilotagem na chuva. Recebeu a bandeirada solitário…
Aqui faço uma pausa.
O Paro não só recebeu a bandeirada para sua vitória, recebeu a bandeirada de uma vitória. Quem deu a bandeirada foi o nosso grande amigo Caio Terra, responsável por um grande susto há exatamente duas semanas da publicação desse texto, quando após um treino, durante a madrugada, descobriu que havia infartado na pista, um susto para todos mas descobrimos da pior maneira que ele estava ótimo, com ele enchendo o saco. Se não soubesse do ocorrido, jamais falaria que algo havia acontecido, foi o mesmo Caio de sempre e por momentos eu realmente achei que ele fosse infartar novamente na beira da pista dando ordens pros companheiros de equipe. Bom te ver bem, amigo!
Voltemos a corrida…
Se aproveitando das confusões típicas de um início na chuva e das rodadas, Thiago Meira saiu da oitava posição e assumiu logo a segunda, fazendo uma prova impecável, sendo rápido e preciso também, abriu distância dos demais e deixou a confusão pra eles, fez uma sólida corrida e, apesar de ter ficado 40 segundos pra trás do Paro, também deixou o terceiro colocado 20 segundos atrás. Apesar de não ter começado o ano com bons resultados, Meira vem gostando da vista dos lugares mais altos do pódio.
Se a vida do Paro e do Thiago foram, se é que pode se dizer com a pista daquele jeito, fácil, para a definição da terceira posição a coisa já foi bem diferente.
Após poucas voltas a coisa se desenhou mais ou menos na pista e ai as disputas começaram, uma dupla se formou e assim foi por várias e várias voltas, deixando o paddock todo tenso. Ricardo e Rodrigo seguiram juntos por praticamente toda a corrida, em metade dela com Ricardo na frente. Durante essa disputa se juntou a dupla também o Júnior, que fez grande corrida, e depois de uma pequena escorregada do Ricardo, Rodrigo assumiu a terceira posição e conseguiu deixar os dois se resolvarem pra trás, não muito, mas conseguiu respirar um pouco chegando cerca de 4 segundos na frente do Ricardo…. Já o Ricardo, teve que segurar o braço o jeito agressivo e único do Júnior pilotar, que sempre faz traçados não muito convencionais mas que ele consegue tirar tempo. Ricardo mostrou que na chuva ta fazendo seu nome, depois da vitória embaixo de muita água em Nova Odessa, garantiu um quarto lugar chegando há 0.166 seg na frente do Júnior. Corridão desse trio!
Na sexta colocação veio Rodrigo Vilela, que iniciou a corrida muito bem e chegou a figurar em terceiro lugar na caça do Thiago Meira, mas na chuva nada é garantido, um pequeno deslize e acabou rodando, mesmo indo pro fundo, fez uma bela prova de recuperação e garantiu o pódio.
Logo atrás veio outro Ferradis, Fernando Portella fez uma corrida segura após rodar na classificação, sendo constante e sem rodar, fez uma corrida sólida, o que na chuva acaba sendo um diferencial, as vezes se arriscar pode garantir uma posição, como pode ser o fim da sua prova. Portella administrou a situação e se saiu bem, ficando com o sétimo lugar.
Márcio Kuwakino fez uma boa prova, sendo rápido e constante, porém na primeira volta e na quinta acabou rodando, tendo que usar suas voltas rápidas apenas para descontar o prejuízo. Mesmo assim acabou conseguindo um oitavo lugar, repetindo seu resultado da última prova, e até agora a melhor posição na temporada.
Fábio Sugano fez uma prova tranquila, terminou na mesma posição que largou, ele que sempre está envolvido em algum problema, dessa vez se livrou e, até onde eu sei, não se envolveu em nenhuma polêmica. Garantiu o nono lugar e seu melhor resultado da temporada até o momento. Primeira vez figurando entre os 10 primeiros desde que se moveu lateralmente para a Master.
Antonio Zambon até se classificou bem, na quinta posição, que foi quando a chuva estava no seu pior momento, mas não fez uma boa largada e na quinta volta acabou tendo problemas e só restou a ele fazer uma prova de recuperação, como a maioria, ainda assim garantiu a décima posição.
Francisco Levi não conseguiu uma boa posição na largada, saindo apenas de décimo terceiro dentre os 16 que estavam na pista, porém soube fazer uma prova consistente, não rodou e se aproveitou do festival de rodadas a sua frente, melhorou duas posições e terminou em décimo primeiro.
Em décimo segundo ficou o nosso já citado mais acima Flávio Chaves, após rodar na largada e depois cair no barranco, perdeu muito tempo e terminou a corrida em décimo segundo, o primeiro dos pilotos a terminar uma volta atrás do líder.
Seguindo de perto, apenas 4 segundos atrás, Cássio Machado ainda parece ter medo de água, infelizmente não fez uma boa estreia do seu novo capacete (muito bonito, por sinal). Com voltas altas e tempos inconstantes, garantiu apenas o décimo terceiro lugar, conseguindo melhorar uma posição da sua largada.
Na décima quarta posição chegou Leopoldo Rabelo, nosso Uncle Léo. Fez uma belíssima tomada de tempo garantindo a terceira posição na largada, infelizmente ainda na primeira volta acabou rodando e teve que ver, de frente, todos passando por ele, inclusive o Flávio que já havia se recuperado da sua rodada, conseguiu se recuperar bem mas já na segunda volta escapou, bateu forte e acabou comprometendo toda sua corrida. Acabou rodando mais uma vez antes do fim e com isso recebeu a bandeirada apenas em décimo quarto.
André Francisco foi mais um dos que não se encontrou na pista com aquela água toda, rodou por duas vezes e perdeu mais tempo que o normal, comprometendo sua corrida. Aliando isso ao ritmo que não estava bom, conseguiu só a décima quinta colocação.
Fábio Prado não estava no seu dia, com aquela chuva deveria ter ficado em casa tomando um chá. Não fez uma boa classificação e ficou longe de um ritmo de corrida com os demais, rodou mais de 2 vezes e terminou há 3 voltas do líder. Amargou a última posição.
Com isso o campeonato volta a se embolar, Filipe Paro volta a assumir o topo da tabela, depois de perder uma etapa, fazendo Júnior ir para a segunda posição. Com a ausência do Caio nessa etapa, Rodrigão se aproveitou para assumir a terceira posição, empurrando o coração recauchutado para a quarta, fechando o top 5 segue Ricardo Soares, que vai começar a torcer por chuva em toda a etapa.
A Ferrault continua sobrando no ponto mais alto da tabela, e abre 20 pontos da RedBurros, que vem babando na cola pra assumir essa posição. Em terceiro, numa distância considerável da Redburros, vem a Ruimlliams, que não pode bobear porque vem seguida de perto pela Zebralaren, essa que traz a Ferradis muito perto. A briga nesse pelotão vai ser boa.
Assim fechamos mais uma corrida emocionante da Master, que contou com torcida em peso no paddock, com gritos a cada rodada e cada disputa.
Os treinos na Granja Viana já estão abertos e tenho certeza que vou encontrar muita gente por lá, mas na pista e no texto só volto a ver o pessoal em Valinhos, infelizmente…
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